Plataforma para discussão dos critérios dos concursos da FCT
A comunidade académica e científica portuguesa ficou bastante preocupada com os resultados do mais recente concurso para projectos de investigação da Fundação para a Ciência e Tecnologia (em Novembro de 2020). A primeira razão foi o reduzido número de projectos aprovados: de 5847 candidaturas realizadas, 3317 foram consideradas elegíveis e 312 foram aprovadas (9.4% das candidaturas elegíveis e 5.3% das totais), configurando uma taxa de rejeição muito elevada. A segunda razão foi a concentração de projectos em certas áreas: a área das humanidades foi contemplada com apenas apenas 7.1% dos projectos aprovados, i.e. 22 projectos; a área das ciências sociais foi contemplada com 12.2% dos projectos aprovados, i.e. 38 projectos.
A preocupação foi particularmente sentida na comunidade dos historiadores, que viram apenas 8 dos seus projectos serem aprovados, dum total de 142 candidatos, i.e. uma taxa de aprovação de 5% dentro do universo dos projectos elegíveis de história e de 2.5% do total dos projectos aprovados. O domínio particular da História Económica e Social não viu nenhum projecto aprovado.
Estes são problemas que merecem reflexão e discussão, desde os mais gerais, relativos à elevada taxa de rejeição total e preferência por certos campos académicos e científicos, até aos mais particulares, relativos à ínfima aprovação de projectos de História e, até, em particular de História Económica e Social.
Tendo em vista que um próximo concurso será aberto no início de 2021, a direcção da APHES considerou que se deveria abrir um espaço para apresentação de reflexões, comentários e sugestões sobre as razões para o quadro acima descrito e sobre a melhor maneira de lidar com ele. O próximo concurso poderá ser uma oportunidade para corrigir alguns dos seus aspectos. É possível aceder a esse espaço no seguinte link:
https://aphesplataforma.blogspot.com/
Começamos a actividade da plataforma difundindo um artigo publicado pelo nosso sócio José Luís Cardoso (em conjunto com o Professor José Pedro Paiva, da Universidade de Coimbra). Cada texto publicado terá espaço para comentários, que poderão depois ser autonomizados para posterior discussão. Aceitam-se propostas de reflexões para serem publicadas, que podem ser enviadas para o mail geral da associação:
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Todas as contribuições são bem-vindas.